quarta-feira, 26 de junho de 2013

Série Sistema Solar: Plutão, um planeta-anão

Plutão em imagem gerada por computador.    Fonte: www.astronoo.com
Chegamos no final da nossa série, o nosso último destino é Plutão, um planeta-anão. Mas antes de tudo, o que é um planeta-anão?

Como sabemos, o Sistema Solar é composto por mais corpos do que o Sol, planetas e seus satélites. Uma classe que foi definida bem recentemente é a dos planetas-anões. A diferença básica entre um planeta e um planeta-anão é que o primeiro está sozinho em sua órbita, ou com seus satélites, já os planetas-anões podem ter companheiros, comparáveis entre si, na sua órbita que não são os seus satélites naturais. Essa definição foi consolidada por uma reunião da União Astronômica Internacional, fórum máximo de discussão astronômica do mundo.

Além dessa característica para ser um planeta-anão, há outras regras: deve orbitar o sol, ser esférico pela ação de sua própria gravidade, não deve possuir fusão nuclear.

Atualmente são reconhecidos como planetas-anões os corpos: Ceres, Plutão, Éris, Haumea e Makemake, sendo que os quatro últimos são do tipo plutoide,ou seja, que orbitam além da órbita de Netuno.

Comparação entre os tamanhos dos planetas-anões que estão além da órbita de Netuno
 e o tamanho da Terra.     Fonte: Wikipedia

Plutão

Por volta de 1906 começou um grande projeto pela busca de um possível nono planeta. Percival Lowell foi o grande fundador desse projeto e deu à esse possível planeta o nome de Planeta X. Procurou até a sua morte, em 1916, pela existência do suposto corpo, mas nada encontrou. 

A procura pelo Planeta X só foi retomada a partir de 1929 por Clyde Tombaugh. Depois de várias observações e fotografias, foi confirmada a existência de um novo planeta em 1930. O nono planeta foi descoberto e nomeado como Plutão, o deus romano do submundo ( na mitologia grega corresponde a Hades). 

O astro deixou de ser considerado um planeta e passou a ser classificado como planeta-anão no ano de 2006 pela União Astronômica Internacional pelos motivos citados no início deste artigo.

Plutão tem uma órbita bastante excêntrica, sua distância ao Sol varia muito, ele fica entre 30 e 49 UA ( unidade astronômica que é a distância média Terra-Sol), atualmente está a aproximadamente 32 UA do Sol. Seu período orbital dura cerca de 248 anos e o dia lá dura pouco mais que 6 dias terrestres.

Além da órbita de Plutão ser muito excêntrica, ela é muito inclinada em relação à eclíptica fazendo que sua órbita cruze a de Netuno, sendo que em determinados períodos Netuno fica mais distante do Sol do que Plutão.

Ele tem cerca de 2.300 km de diâmetro, menor que Mercúrio que possui 4.879 km de diâmetro. Devido a sua distância e pequenas dimensões, Plutão é bem difícil de ser visualizado (sua magnitude está na casa de 15, só começa a ser visível com telescópios acima de 30 cm de abertura, nem mesmo o telescópio Hubble consegue observar além de um pequeno disco refletindo a luz do Sol), portanto as informações dele ainda são bem incertas. Mas provavelmente ele é composto de rochas e gelo de compostos orgânicos e ter uma atmosfera composta por nitrogênio, monóxido de carbono e metano. A temperatura no planeta-anão está na casa dos -230°C.

Comparação entre as dimensões da Terra, Lua e o planeta-anão Plutão e seu satélite.
 Fonte: Wikipedia
Esse planeta-anão tem 5 satélites naturais conhecidos: Caronte, Nix, Hidra e outros dois descobertos em 2011 e 2012 que ainda não foram nomeados. Caronte é o maior deles, com um tamanho comparável ao de Plutão, com um diâmetro de 1205 km, foi descoberto em 1978. Nix e Hidra foram descobertas em 2005 e são bem pequenas, provavelmente têm diâmetros da ordem de 100 km.

Atualização dia 02/07/2013: Foi divulgado hoje que a União Astronômica batizou os dois satélites recentemente descobertos de Plutão. Serão chamados de Kerberos e Styx. As duas luas são bem pequenas e de formato irregular, Kerberos provavelmente tem entre 13 e 34 quilômetros de diâmetro e Styx entre 10 a 25 quilômetros. Seus nomes, assim como os outros corpos que orbitam Plutão, vieram dos deuses do submundo da mitologia grega: Cerberos ( Kerberus é o original em grego) seria um cão monstruoso que guardava a entrada do submundo, Styx seria a deusa do rio por onde as almas eram transportadas.

Plutão e seus satélites naturais.    Fonte: Wikipedia

Novas informações do misterioso Plutão devem surgir nos próximos anos. A sonda New Horizons, lançada em 2006, deve passar pelas proximidades do planeta-anão por volta de 2015 nos fornecendo dados preciosos e mais precisos dele.


Essa viagem pelos principais corpos do nosso Sistema Solar termina aqui, mas não se esqueça, semana que vem tem mais! Abraços.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Série Sistema Solar: Netuno

Depois da visita ao planeta  Urano na semana passada, chegamos agora ao planeta Netuno...

Planeta Netuno fotografado pela sonda Voyager 2.   Fonte: Wikipedia
Após a descoberta de Urano, percebeu-se que os cálculos matemáticos não reproduziam com exatidão a órbita deste planeta. Sugeriu-se, então, que poderia haver um outro planeta que estaria provocando as perturbações na órbita de Urano. Em 1845 o matemático John Adams (1819-1892) e pouco depois o astrônomo francês Urbain Le Varrier (1811-1877) previram a existência de Netuno, que foi, então, observado pelo astrônomo alemão Johann Galle (1812-1910) e H. L. d’Arrest em 1846. Isso foi um triunfo para a ciência, pois pela primeira vez um planeta não foi descoberto, mas sim previsto.
Urbain Le Varrier, previu a existência do Planeta Netuno.   Fonte: Wikipedia
Netuno está a cerca de 4,5 bilhões de quilômetros do Sol, é o 8° planeta em distância do astro rei. É cerca de 17 vezes mais massivo do que a Terra.  Como Netuno está tão distante do Sol, sua temperatura média fica em torno dos -218°C.

Comparação das dimensões entre a Terra e Netuno.    Fonte:  www.cdcc.usp.br

Sua atmosfera é bem semelhante a de Urano, cerca de 80% é constituída de hidrogênio e 19% de hélio, o restante são outros gases. Netuno também tem padrões de uma atmosfera ativa. Por falar em ativa é lá que estão os ventos mais fortes dentre os planetas do Sistema Solar, a velocidade atinge a marca dos 2.100 km/h!

O planeta tem 13 satélites naturais conhecidos, o maior deles é Tritão, que foi descoberto por William Lassell apenas 17 dias após a confirmação da existência de Netuno, os outros 12 só foram descobertos no século XX.
William Lassell, descobridor de Tritão.   Fonte: Wikipedia
Este satélite é o maior de todos os outros, com cerca de 2.700 quilômetros de diâmetro. Além disso, Tritão é um satélite ativo possuindo vulcões de gelo. De todos os corpos do Sistema Solar, a atividade vulcânica só está presente na Terra, Vênus, em Io ( lua de Júpiter) e Tritão.


Assim como os outros planetas jovianos, Netuno também tem um sistema de anéis, mesmo sendo bem finos e escuros, praticamente invisíveis da Terra. Só foram descobertos em 1984.

Sistema de anéis do planeta Netuno. São bem finos e escuros.     Fonte: www.uranoort.no.sapo.pt
Nossa visita pelo planeta Netuno termina aqui, mas a viagem continua na próxima semana, não perca!!!

Bons Céus à todos!!!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Série Sistema Solar: Urano

Planeta Urano.    Fonte: Wikipedia
Continuemos nossa viagem pelo Sistema Solar, chegamos agora ao planeta Urano...

Urano é o 7° planeta em distância do Sol. Seu nome vem do deus grego que personifica o céu. Observações deste planeta foram feitas desde os fins do século XVII, mas foi confundido como sendo uma estrela, devido a seu lento movimento, quase imperceptível. Somente nos fins do século XVIII, em 1781, que o astrônomo alemão, Willian Hershel (1738-1822) descobriu que se tratava de mais um planeta. Urano foi o primeiro planeta a ser descoberto na era moderna.

O planeta é gasoso e está, em média, a 3 bilhões de quilômetros do Sol.  O período de translação de Urano é de aproximadamente 84 anos terrestres e o dia lá tem duração um pouco superior a 17 horas. Sua atmosfera é composta basicamente de hidrogênio e hélio, mas contém também o gás metano e água em proporções menores.

O período de translação de Urano é de 84 anos.    Fonte: Wikipedia.org
Os ventos na atmosfera do planeta podem atingir o patamar dos 900km/h. Mas não para ai, a temperatura mínima da atmosfera chega a -224°C, a mais fria atmosfera planetário de todo o Sistema Solar!

Urano, assim como Júpiter e Saturno, também possui um sistema de anéis.

Sistema de anéis do planeta Urano.    Fonte: www.ccvalg.pt
Esse sistema de anéis foi descoberto em 1977. São muito finos, os objetos que constituem os anéis variam de micrômetros a frações de metro de tamanho.

Urano tem 27 satélites naturais conhecidos e foram nomeados segundo obras de William Shakespeare, os principais são Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia e Oberon.

As 5 principais "luas" de Urano.     Fonte: Wikipedia.org 
O maior dos satélites naturais é Titânia, com apenas 1.576 km de diâmetro aproximadamente.

A principal curiosidade que Urano nos mostra é a posição de seu eixo que se encontra quase que no mesmo plano do Sistema Solar, ou seja como se fosse uma bola rolando em uma órbita! Curioso, não?! E isso traz estações bem esquisitas. No período dos solstícios, os polos passam por um período de 42 anos de escuridão, no caso do inverno, e 42 anos de claridade, no caso do verão!

Urano é visível a olho nu, mas será bem difícil, pois sua magnitude é em torno de +5 a +6, no limite do olho humano que consegue enxergar objetos de até +6,5 magnitudes. Portanto, a melhor saída são os telescópios que com objetivas entre 15 e 23 cm de diâmetro já é possível vê-lo como um pálido disco cinza. Telescópios com aberturas superiores a 25 cm  possibilita a visualização de algumas características de sua atmosfera.

Nossa visita ao interessante planeta Urano termina aqui, mas não se esqueça, semana que vem tem mais!!...

Bons Céus à todos!!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Série Sistema Solar: Saturno

Planeta Saturno fotografado pela sonda Cassini.     Fonte: Wikipedia

A viagem pelo Sistema Solar continua... Saímos de Júpiter e nos direcionamos à Saturno...

Saturno é o sexto planeta em distância do Sol, está a cerca de 1 bilhão e 418 milhões de quilômetros da estrela. Seu nome vem do romano e seu correspondente na mitologia grega é Cronus. Depois de Júpiter, Saturno é o maior planeta do Sistema Solar.

Assim como Júpiter, Saturno é um planeta gasoso, com uma atmosfera  rica em hidrogênio, cerca de 97% da constituição atmosférica. O diâmetro do planeta mede cerca de 120 mil quilômetros na região equatorial.
O planeta leva 29 anos terrestres para completar uma volta ao redor do Sol e o dia lá tem duração de pouco mais de 10 horas.

O planeta é visível a olho nu e sua primeira observação feita por instrumento óptico foi realizada por Galileu Galilei com sua rústica luneta em 1610. Devido a baixa qualidade de seu instrumento ele confundiu os anéis de Saturno como sendo duas imensas luas! Somente em 1659, Huygens observou com clareza os anéis desse planeta.

Saturno tem bandas atmosféricas, como é possível ver na imagem do início do artigo, mas muito pouco nítidas, bem diferente das de Júpiter que são bem visíveis. Mas, diferentemente do anel de Júpiter, os anéis de Saturno são bem visíveis, e belíssimos. Com pequenos instrumentos, já são visíveis.

Anéis de Saturno.   Fonte: Wikipedia
Seu sistema de anéis é formado por partículas de gelo e poeira de tamanhos que variam de milésimos de milímetro a dezenas de metros. Apesar de sua grande extensão, são extremamente finos, não passando de 1,5 quilômetro. Para se ter uma ideia, imaginemos um disco do tamanho de um quarteirão com uma espessura  de um centésimo de milímetro! A melhor visualização dos anéis de saturno é feita quando este está em oposição, observe a imagem abaixo:

Oposições de Saturno no período de 2001-2029.   Fonte: Wikipedia
Vemos os anos em que Saturno nos mostra com total beleza seus anéis.

Assim como Júpiter, o planeta Saturno tem muitos satélites naturais, ao menos 60, os maiores são:  Mimas, Encélado, Tétis, Dione, Reia, Titã, Hipérion, Jápeto e Febe. Sendo Titã o maior deles, tendo um diâmetro maior do que o planeta Mercúrio!
Titã e Encélado, são de grande interesse para os cientistas, pois possuem água líquida a pouca profundidade, além de metano na atmosfera, semelhante à Terra primitiva.

Nossa visita ao, na minha opinião, o planeta mais belo de todos, termina aqui, mas a viagem não termina... Na próxima semana tem mais!!

Bons Céus!
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